Fuga em frente?...
Em Dezembro de 2007, no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 2007-2011, o Governo ainda previa um crescimento do PIB na ordem dos 2,2% para 2008 e uma recuperação do crescimento para 2,8% em 2009. Em 2008, afinal de contas, tivemos uma estagnação da actividade económica e no corrente ano de 2009 enfrentamos a maior recessão desde 1975 (o FMI prevê uma quebra do PIB na ordem dos 4,1%). Para além do proverbial falhanço das previsões dos economistas, acho que importa salientar um aspecto nos dois quadros reproduzidos.
Os vários PEC do Eng. Sócrates têm subjacente (parece!) uma taxa de crescimento "normal" do PIB de 3%. Digamos que quando a economia não enfrenta dificuldades conjunturais, admite-se que a taxa de crescimento cristaliza nesse valor. Pelo contrário, o documento da Primavera do FMI parece cristalizar a taxa de crescimento do PIB em apenas 1,5%.
A eventual quebra do crescimento potencial, e as dificuldades acrescidas que deverão surgir no financiamento externo da economia portuguesa, são um novo enquadramento que condiciona os grandes investimentos em carteira - TGV, novo aeroporto de Lisboa, 3ª ponte do rio Tejo junto a Lisboa.
A pressão do Governo em fechar decisões e estabelecer contratos surge como uma fuga em frente, antes do novo enquadramento macroeconómico começar a fazer-se sentir.
2 comentários:
Sim, há vários anos que existe uma grande diferença entre a taxa de crescimento "potencial" da economia portuguesa "estimada" pelo Governo e a "estimada" pelos organismos internacionais muito mais pessimistas (fundadas no comportamento da economia registado na última década).
Foi o Fábio da Economia Impura que comentou o meu blog ? bjs ;)
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