quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ciao investimentos públicos?

O aumento inexorável dos impostos vai criando raízes nos jornais, por força da débacle orçamental. Ao mesmo tempo parece que o Eng. Sócrates prepara a opinião pública para um recuo nos grandes investimentos.

Em primeiro lugar a escolha de António Mendonça para a pasta das obras públicas é aparentemente esdruxúla. O Ministério das Obras Públicas tem essencialmente uma natureza política e, nestes momentos conturbados que se vivem, seria de esperar que o ministério fosse ocupado por um peso-pesado do PS. A escolha de um economista académico desvaloriza a pasta.

Com a subtileza habitual o Prós & Contras de segunda-feira ajudou a enterrar os investimentos públicos. Em estúdio estavam João Salgueiro, Augusto Mateus, João César das Neves, António Carrapatoso e Alexandre Patrício Gouveia, proponentes do Movimento dos 28, do Compromisso Portugal ou "não-alinhados", e todos argumentaram no mesmo sentido. O decano dos economistas portugueses, Jacinto Nunes, também alinhou no diapasão geral. Os economistas do Movimento dos 52 ficaram em casa a ver televisão.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Benefícios escondidos?

Ontem folheei 50 Economics Ideas: You Really Need to Know, foi tudo muito rápido e acabei até por não perceber se gostava ou não do livro, se é ou não uma espécie de "especialista instâneo" (em versão melhorada), mas a verdade é que procurei a entrada da "vantagem comparativa". Como é evidente não li o texto, tentei apenas descobrir o sentido da coisa. A entrada tem uma citação de Paul Samuelson que diz mais ou menos que a demonstração do princípio não coloca qualquer dificuldade mas que o tema é tudo menos trivial visto que tanta gente qualificada é descrente da coisa...

Há dias o zapping levou-me a um documentário que passava no ARTE sobre o TGV nos EUA. Procurava-se perceber a prática ausência do TGV na América. Um passageiro anónimo americano dizia que era uma vergonha e que se devia seguir o exemplo francês. Um especialista americano explicava a escassez de TGV na américa: o transporte aéreo é barato e prático, e por isso o TGV é um disparate que o mercado excluíu naturalmente.

Suponhamos agora que as emissões de CO2 tornam "proibitivo" o avião, poupando o TGV. Nesse caso a planificação (uma palavra tirada do baú!) francesa foi brilhante, antecipando-se à miopia do mercado.

E se existissem elementos que tornam míope o simples jogo das vantagens comparativas?!

PS Se calhar o silêncio é o melhor comentário que posso fazer por aqui...