sábado, 27 de outubro de 2007

Problemas no "franchising"...

Pagamentos com prazos curtos, "royalties" elevados e margens negativas
asfixiam a gestão das franquias da BP


Os franchisados de postos da BP localizados nas zonas da Grande Lisboa e do Grande Porto e no Norte do país queixam-se ao Expresso das regras "asfixiantes" impostas nos contratos com a BP, que lhes inviabilizam lucros. No entanto, o porta-voz da BP refere que a empresa desconhece estes casos e que nenhum dos franchisados está em situação de falência.

Mas os franchisados confirmam as dificuldades: "Paguei 70 mil euros para aceder ao franchising de um posto de abastecimento da BP, porque me deramm perspectivas de um plano de negócio com um resultado de 360 mil euros ao fim de seis anos, mas, em vez de ter lucros, estou a chegar ao fim do prazo de exploração [de 7 anos] com um prejuízo acumulado de 120 mil euros", denuncia um franchisado da zona da Grande Lisboa. "Como não aceito isto, se nada for feito, levo a questão para tribunal", diz.

Com pequenas variações, este exemplo repete-se em vários franchisados, sendo mais grave no Norte, onde há casos em que os prejuízos se aproximam dos 200 mil euros. Umas das causas deste problema tem a ver com as elevadas margens cobradas pela BP na transacção de alguns produtos, cujo preço de venda ao público não cobre o valor pago pelo franchisado ao respectivo fornecedor.

A compra de tabaco, onde os franchisados têm margens muito negativas, é uma das situações mais gritantes.

De resto, este é problema não é recente. Ocorre há, pelo menos, cinco anos, altura em que o primeiro franchisado, de um posto de Carcavelos, teve de sair por incompatibilidade do negócio.

Mesmo assim a fonte oficial da BP considera que nos 27 postos franchisados pela companhia - sobre os quais só ainda não dispõe de informações completas em relação a dois - "não há qualquer problemas na gestão dos postos", sublinhando que não se conhece "um único caso onde tenham sido identificados prejuízos com dívidas que correspondam a situações de falência". E adianta que a BP acompanha estes postos, em diáloogo permanente com os franchisados.

J. F. Palma-Ferreira, "Franchisados em ruína queixam-se da BP", Semanário Expresso, 20 de Outubro de 2007, Suplemento de Economia, p.11.

sábado, 13 de outubro de 2007

Crescimento com equilíbrio orçamental?

Faz este ano 50 anos que o economista Manuel Jacinto Nunes defendeu a tese de doutoramento segundo a qual o crescimento económico é possível mesmo com equilíbrio orçamental, uma revolução à altura, quando os conceitos dominantes, de John Maynard Keynes, eram de que a despesa pública era o principal dinamizador das economias.

Fernanda Pargana, "Manuel Jacinto Nunes: O economista filósofo", Semanário Expresso, Suplemento de Economia, 5 de Outubro de 2007, pp.20-21.

Jacinto Nunes foi Ministro das Finanças, Governador do Banco de Portugal e Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Com 81 anos Jacinto Nunes é um dos economistas decanos portugueses. José da Silva Lopes e Teodora Cardoso (que são mais jovens!) também são reputados economistas.