segunda-feira, 30 de março de 2009

Despesismo, défice, dívida... e depois?

(...)
Países com taxas de crescimento semelhantes às europeias podem suportar dívidas de 60% do PIB quando as taxas de juro estão baixas. Mas, como em muitos países a dívida está a atingir 80 e 90% do PIB, e as taxas de juro baixas são um fenómeno temporário, está a criar-se um problema. Muitos dos países que estão a usar quantidades maciças de dívida para socorrer os seus bancos têm perspectivas de crescimento moderadas no médio prazo, levantando questões de solvência e sustentabilidade.

A Itália, que por exemplo já tem um divida que excede 100% do PIB, tem conseguido, até agora, gerir esta questão devido à queda global das taxas de juro. Mas à medida que a dívida aumenta, e as taxas de juros sobem, os investidores vão começar a ter razões para ficarem nervosos com o risco de reestruturação da dívida. Outros países, como a Irlanda, o Reino Unido e os Estados Unidos tinham uma situação orçamental inicial muito mais forte, mas, quando a crise passar, é possível que não estejam muito melhor.

As taxas de câmbio são outro elemento imprevisível. Os bancos centrais asiáticos continuam nervosos em relação ao dólar. Mas com os Estados Unidos a imprimirem dívida e dinheiro a grande velocidade, o euro deverá apreciar face ao dólar durante os próximos dois a três anos, caso continue a existir.

À medida que a dívida aumenta e a recessão persiste, vamos ver, seguramente, vários governos a tentarem reduzir a sua carga através de repressão financeira, inflação mais elevada, pagamentos parciais, ou uma combinação destes três elementos. Infelizmente, a fase final desta grande depressão não vai ser nada agradável.


Kenneth Rogoff, "Qual é a fase final do défice?", Jornal de Negócios, 30 de Março de 2009, p.37, disponível aqui.

domingo, 29 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

Delírios económicos

A ERSE vai propor uma redução do preço da electricidade tendo em conta os lucros-recorde da EDP.

terça-feira, 17 de março de 2009

Altura de comprar?

O Presidente Obama observou que actualmente pode ser um bom momento para investir. Com o PSI20 abaixo dos 6000 pontos e a menos de metade do valor de Agosto de 2007, parece que o mercado é atractivo...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Krugman on the Spanish economy

(...) España es como California o Florida. Las dos han vivido un boom de la construcción, han recibido grandes flujos de capital extranjero y, cuando ha estallado la burbuja inmobiliaria, la situación se ha vuelto muy difícil. Ahora tienen problemas de ajuste similares: el déficit es preocupante y la rebaja del rating ha sido inevitable, aunque peor para California.
P. ¿Y qué se debería hacer?
R. Va a ser duro. Lo que realmente asusta de la situación española es que no está nada claro cuál es la estrategia de ajuste por su pertenencia a la UE. Todo lo que puede hacer es mitigar los efectos de la crisis. Si España no fuera parte del euro, la devaluación ayudaría, pero esa opción ya no existe; la política fiscal es muy limitada para los países de la UE; también es limitada la capacidad de actuar sobre el sistema financiero aunque los bancos españoles han demostrado estar relativamente en buena forma; se pueden adoptar medidas para limitar el impacto de la crisis sobre los parados. Pero en buena medida a España sólo le queda esperar a que se produzca una recuperación europea.


Entrevista de Paul Krugman a A. González/ M. Á Noceda, "Obama es demasiado prudente", jornal El País, 15 de Março de 2009, pp.24 e 25, disponível aqui.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Surpresa

Jean Pisani-Ferry assina um artigo no suplemento de Economia do jornal Le Monde de 3ª feira. Jean Pisani-Ferry é director do centro Bruegel, de investigação e de debate sobre as políticas económicas na Europa. O artigo intitula-se Pour un nouveau pacte de stabilité. Parágrafo atrás de parágrafo chora-se a diferença entre o plano despesista americano de relançamento da economia e a parcimónia dos esforços fracamente coordenados europeus. Só no último parágrafo lemos alguma coisa sobre a reforma do PEC: Si les Européens étaient sérieux, ils s'entendraient sans tarder sur une refonte du pacte de stabilité qui, à la fois, leur donne plus de marges de manoeuvre à court terme et encadre sérieusement l'évolution à moyen terme de leur dette publique. Ce n'est malheureusement pas le plus probable. C'est donc à chaque pays qu'il appartient de se fixer des principes de discipline budgétaire et de créer des institutions et des dispositifs qui garantissent sa capacité à les respecter. Plus vite ce sera fait, plus grande sera la capacité de faire face à une situation économique qui ne cesse de se dégrader. Que vazio!

Brutalmente acho o seguinte. O Euro impede os ajustamentos pela depreciação das moedas nacionais (que desapareceram), e o PEC impõe a disciplina orçamental que é compatível com a proibição da monetarização dos défices e da dívida pública (o suave default da inflação). Neste mundo de mãos atadas safa-se a Alemanha que é o maior exportador mundial (à frente da China portanto), alguns países bem geridos, e todos os outros ficam condenados a perderem activos, isto é, ao empobrecimento. Os países do Mediterrâneo - Grécia, Itália, Espanha e Portugal - vão na linha da frente das desgraças. Com uma moeda forte no bolso mas cada vez mais pobrezinhos. Espertos foram os ingleses.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Delírios económicos

É vantajoso que a CGD se mantenha como banco público. Assim, nas crises financeiras, sempre é menos um banco que é necessário nacionalizar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009