Divergência relativa?
O Eurostat revelou dados relativos à evolução do PIB per capita na UE. O PIB per capita português em 2006 foi 75% da média da UE a 27 (a comparação é feita em unidades de poder de compra, para corrigir a disparidade de preços entre os diversos países).
A estatística de 2006 iguala exactamente a verificada em 2004. E o que é que verificamos para os restantes países da coesão? A Irlanda, a Espanha e a Grécia reforçam a respectiva percentagem em 4 pontos percentuais. A Irlanda passa de 142% para 146% da média da UE, a Espanha passa de 101% para 105% e a Grécia de 94% para 98%.
O grupo dos países que não alteraram a sua posição de 2004 para 2006 inclui, além de Portugal, a Dinamarca, a Suécia, a Finlândia, a França e Malta.
A República Checa ultrapassou-nos (de 2004 para 2006 passou de 75% da média europeia para 79%). Como a Estónia tem subido à razão de 6 pontos percentuais por ano (de 57% para 69%), em breve ultrapassa-nos...
Em 2007 somos o país mais pobre da zona euro e em 2008, com a entrada de Malta e de Chipre, manteremos essa posição. A zona euro tinha sido idealizada para ser o clube dos ricos europeus e agora, com o alargamento da UE para 27 membros, isso está claramente a acontecer. Em 2006 o PIB per capita da zona Euro é 110% do PIB da UE a 27. A zona euro terá 15 países a partir de Janeiro próximo.
Documento do Eurostat: aqui, ou aqui.
2 comentários:
É uma triste realidade, a de ver países como a Espanha e Grécia a avançar no PIB cerca de 10 pontos percentuais em dez anos, enquanto Portugal cometeu a proeza de estar pior do que no mesmo período de há 10 anos!
No período 1997-2006 a Irlanda aumentou 30,6 pontos percentuais relativamente à média do PIB per capita (corrigido da disparidade de preços) da UE a 27. Os correspondentes valores para a Grécia e Espanha são 13 e 11,6 pontos percentuais. Portugal regrediu 1,7 pontos percentuais e piores do que nós temos apenas países mais ricos como Malta, França, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Itália. A Alemanha regrediu 10,3 pontos percentuais e a Itália 16,1 pontos percentuais.
Conclusão: o crescimento da economia portuguesa na última década esteve mais próximo dos países ricos do que do dinamismo dos parceiros da UE com um estádio de desenvolvimento mais baixo.
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