segunda-feira, 29 de junho de 2009

Poupança ex ante ou ex post?

O suplemento de Economia do jornal El País publicou ontem um artigo do NYT de Paul Krugman, em que o economista procura as raízes mais profundas da crise financeira. Paul Krugman atribui a responsabilidade mais mediata da crise à Administração Reagan, com a liberalização financeira. A liberalização financeira diminuíu a propensão à poupança das famílias americanas, que passaram a confiar mais no endividamento para financiarem o seu consumo.

Na revista domingueira do El País o escritor Javier Marías dedica a sua crónica semanal a comentar a aflição dos compatriotas, sobreendividados, que, desempregados, têm de continuar a pagar as prestações do carro ou da casa. Os bancos poderiam fazer muita pressão para a pessoa se endividar, mas não obrigavam ninguém a fazê-lo, observa algures.

No manual de economia monetária de Bruce e Freeman Modeling monetary economies, um capítulo analisa as vantagens da economia de troca indirecta, relativamente à troca directa e mostra a vantagem da economia de troca indirecta se basear numa moeda fiduciária, em vez da moeda se basear no ouro ou na prata.

O argumento lógico a favor da moeda fiduciária é o da libertação do ouro monetário para uma utilização real (digamos assim). Verifica-se então um ganho de bem-estar. (O modelo das gerações sobrepostas, acrescido do comportamento optimizador dos agentes económicos omnipresente no Manual citado deixa pouco espaço para a política monetária ou orçamental.)

O argumento a favor da moeda fiduciária é portanto lógico, mas o que diriam dele os austríacos ou os alemães durante as hiperinflações que sofreram?!

A poupança ex post keynesiana fará todo o sentido numa economia que não é de Robinson Crusoe, mas, quando os desequilíbrios estalam, Javier Marías pode escrever uma crónica sobre as desventuras dos "enganados" pelos bancos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As eleições estão no ar...

Em Outubro de 2008, existiam menos 51.486 funcionários que em 2005. A meta era de 75 mil.

O Estado já "não precisa de reduzir mais" o número de funcionários públicos, afirmou ontem o secretário de Estado da Administração Pública, avançando que a meta para a legislatura de diminuir em 75 mil o universo de trabalhadores decorria da situação "verificada em 2005".

"Portugal não precisa de reduzir mais funcionários públicos. Precisa é, quando quer que entrem mais funcionários públicos, dispor de mecanismos para entrar, e quando acha que não precisa, que existam mecanismos para que não entrem", afirmou o secretário de Estado durante a XI Conferência Ibero-Americana dos Ministros da Administração Pública e da Reforma do Estado, citado pela Lusa.

De acordo com os dados apresentados na conferência, em Outubro de 2008 o Estado tinha 696.394 trabalhadores, menos 51.486 do que em 2005. Um número que fica aquém dos objectivos iniciais do Governo que previa reduzir em 75 mil o número de funcionários públicos. Ainda assim, Castilho dos Santos acrescentou que o objectivo, presente no Programa do Governo, "era uma meta decorrente da situação verificada em 2005".

"Não estamos obcecados com o número de funcionários públicos", disse o governante, salientando que "o que é para manter é a política de reforma no sentido de haver instrumentos de gestão na administração pública que façam ligar as necessidades dos serviços, as necessidades do país, às disponibilidades orçamentais". Por isso, a regra de uma entrada por cada duas saídas é para manter, sublinhou.

"Temos orgulho em ter centenas de milhares de funcionários públicos, não queremos privatizar a administração", disse o governante durante a exposição.


C.O.S., "Governo dá por terminada a redução de funcionários públicos", Diário Económico, 26 de Junho de 2009, p. 56.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Produtos financeiros pós BPP e BPN?

Não há uma contradição nas 3 afirmações assinaladas no anúncio? Poderemos especificar valores (positivos) para a TANB e ao mesmo tempo admitir que ela pode ser negativa?

sexta-feira, 12 de junho de 2009