segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"Enganados de novo"

Enganados de novo. Andámos durante anos a aturar os consultores da Merryl Linch, os gestores da Lehman Brothers, os génios financeiros da Goldman Sachs - para vermos, numa só semana, que nem da casa dele sabem cuidar.
Rui Tavares, "Gestor Pangloss", jornal Público, 22 de Setembro de 2008, p. 36.

sábado, 13 de setembro de 2008

Fatalidade agridoce...

O que significa, na prática, uma zona monetária óptima?

Suponhamos por um momento que a tragédia do "Prestige" tinha ocorrido no Algarve. O turismo para as terras algarvias teria sido reduzido para aproximadamente zero e portanto a economia regional teria sido dramaticamente atingida. Os hotéis, os apartamentos, os quartinhos, os parques de campismo, os restaurantes, os bares, as discotecas, as rent-a-car, tudo, ficaria às moscas. Como seria minimizado o impacto social desta desgraça?

Numa zona monetária óptima os algarvios zapariam para outras paragens. Deslocariam os seus apartamentos, quartos, amêijoas da Ria Formosa e figueiras para o Alentejo, para o Mindelo, para a Côte d'Azur, para Mimizan, para o Báltico, para qualquer lado da Zona Euro... Como os americanos fogem das zonas deprimidas da América e demandam a Califórnia, os algarvios instalariam-se alegremente noutras paragens.

A emigração portuguesa no Século XXI é sinónimo de optimalidade da Zona Euro. Os empregos escasseiam em Portugal e nós emigramos. Existe mobilidade do trabalho.

Mas a emigração também é um sinónimo de desertificação - parece que a pobreza alentejana se alastra pelo território nacional.

terça-feira, 2 de setembro de 2008